A Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) realizou a Conferência “Estratégias de governança universitária para uma internacionalização abrangente na UENP”. O evento, realizado nos últimos dias, no anfiteatro PDE do Campus de Cornélio Procópio, discutiu ações referentes à internacionalização no ensino superior com membros do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UENP.
Durante a Conferência, conduzida pelo professor-doutor José Celso Freire Junior, assessor de Relações Externas (AREX) da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e presidente da Associação Brasileira de Educação Internacional (FAUBAI), foi destacada a necessidade de uma legislação que ampare legalmente o processo de mobilidade. “É inconcebível imaginar que um estudante deve viajar para fazer o mesmo que teria em sua IES”, salienta o professor, fazendo referência à necessária adequação e superação dos entraves curriculares que muitas vezes prejudica o intercambista na volta à universidade de origem.
“O ensino no Brasil é ‘conteudista’. É preciso mudanças de paradigmas, buscar coisas novas, uma metodologia nova, um novo jeito de formar”, complementou José Celso. O professor pontuou ainda que o comprometimento institucional é fundamental para o processo e falou sobre a internacionalização dentro da Universidade (dentro dos muros da instituição), e a internacionalização exterior (tudo que acontece fora); e sobre a mobilidade de professores e funcionários e a importância disso para internacionalização integral da Universidade.
O professor pontuou ainda que toda instituição que investe em uma política de internacionalização tem muito a ganhar. Dentre outros aspectos, ele destacou que na dimensão do ensino, ganha-se com a formação de cidadãos com competências globais, com capacidade de solucionar problemas complexos. Para a Universidade, salientou como benefício o fortalecimento institucional e uma mudança no seu status.
A reitora da UENP, Fátima Padoan, acentuou que falar de internacionalização abrangente em tempos de recessão orçamentária fez ver que se pode fazer muito com bem pouco. “Evidentemente que a internacionalização demanda um alto investimento, mas temos que iniciar o processo com a internacionalização em casa, criando espaços de discussões a partir de nossa própria realidade e, ao mesmo tempo, sermos capazes de visualizar o nosso verdadeiro potencial para obtermos resultados de impacto”, acentuou a reitora.
A coordenadora de Relações Internacionais da UENP, Eliane Segati Rios Registro, salientou a necessidade de reconhecimento das potencialidades da Instituição para que sejam agregados ao processo de internacionalização da UENP. Dentre as potencialidades, Eliane destaca a pesquisa: “precisamos olhar para nós mesmos e enxergarmos que temos grandes pesquisadores que podem contribuir para uma pesquisa conjunta com universidades estrangeiras”. Ela ressaltou ainda que “estamos em um grande processo de ressignificação da Universidade e espero que tenhamos muitos outros momentos como esse para que possamos discutir em conjunto os rumos da nossa Instituição”.
No mesmo dia, pela manhã, José Celso reuniu-se com o Comitê Assessor de Internacionalização (CAINTER) a fim conhecer as ações da CRI e discutir com os membros as diversas possibilidades de internacionalização dentro do contexto da UENP.